sexta-feira, junho 09, 2006

«A educação convencional torna o pensar independente extremamente difícil.

O conformismo conduz à mediocridade. A ânsia do sucesso sufoca o descontentamento, põe fim à espontaneidade e cria medo; e o medo bloqueia a inteligente compreensão da vida.
Este medo da vida, este medo da luta e de novas experiências mata em nós o espírito da aventura.

Qual é o significado da vida? Para que é que lutamos e vivemos? Qual o valor de ser treinado como jurista se perpetuamos os litígios? Qual a validade do conhecimento se continuamos confusos? Que significado têm a técnica e a indústria se as usamos para nos destruirmos uns aos outros?

Compreender a vida é compreendermo-nos a nós próprios, e isto é simultaneamente o princípio e o fim da educação. A inteligência é a capacidade para perceber o essencial, o que é; e despertar esta capacidade, em nós e nos outros, é educação.

O propósito da educação não é produzir professores, técnicos, caçadores de empregos, mas homens e mulheres integrados e livres do medo; pois só entre seres humanos desse tipo pode a paz perdurar.

A educação não deve encorajar os indivíduos ao conformismo social, mas ajudá-los a descobrir os verdadeiros valores que se encontram através de uma análise não deformada e da auto-consciência. Quando não existe auto-conhecimento, a auto-expressão torna-se auto-aprovação, com todos os seus ambiciosos e agressivos conflitos.

Os sistemas, quer educacionais, quer políticos, não mudam misteriosamente, só mudam quando ocorre uma mudança fundamental em nós próprios».

J. Krishnamurti in Education and the Significance of Life